02. FRAUENPOWER | EXPOSIÇÃO COLETIVA

CURADORIA: PAULO AZECO | DE 16 DE SETEMBRO A 25 DE NOVEMBRO DE 2017

Frauenpower, expressão alemã utilizada para designar o poder feminino define de maneira certeira o trabalho da artista Pop Kiki Kogelnik, austríaca radicada em Nova York.

A pesquisa sobre a sua produção, mais especificamente a série “Woman” da década de 1970, surge como alicerce desta exposição. Estes trabalhos se distanciavam de alguns dos principais preceitos ideológicos da Pop Art, evitando a celebração do comércio e dos objetos cotidianos. O ponto fundamental neles é a imagem feminina; ora frágil, ora sexualizada, conforme retratada na publicidade da época. São trabalhos discretamente feministas, irônicos e com forte carga imagética Pop.

A partir disso, reconhecendo a arte como veículo de significação e comunicação visual, pretende-se investigar a imagem da mulher retratada, e a mídia como influenciadora da construção de um imaginário do corpo feminino. A exposição tem como foco, resgatar um percurso histórico das representações visuais da mulher a partir das vanguardas da década de 1960. E busca discutir questões relevantes sobre a idealização do corpo feminino, a construção de padrões estéticos– e uma possível resistência a esses padrões, bem como, analisar questões sociais e antropológicas dessas imagens.

A reflexão sobre o trabalho de Kogelnik transita entre temas fundamentais do movimento Pop e que se desdobram na contemporaneidade. O ideal de beleza e perfeição, arquétipo da Vênus de Botticelli, surge como base da construção dos processos de autoimagem e consequentemente, negação e afirmação, vistos nos trabalhos de Marina Abramovic, Sandra Gamarra e Lenora de Barros, e que encontram na figura da musa ( ícone ) seu contraponto, característica fundamental na produção de Andy Warhol e Russel Young.

A exposição aborda ainda a questão do consumo a partir da objetivação dos corpos, sexualização e misoginia e a consequente influência imagética feminina na figura masculina, transcendendo limitações de gênero, observados nas imagens de Vânia Toledo, Nan Goldin e Carlos Vergara.

01. TERRE HAUTE HIGHLAND: POP ART | EXPOSIÇÃO COLETIVA

CURADORIA: SOFIA GOTTI | DE 04 DE JULHO A 09 DE SETEMBRO DE 2017

A exposição inaugural da Galeria Houssein Jarouche apresenta trabalhos em papel de artistas do Reino Unido, Brasil e EUA, selecionados a partir do acervo da galeria. Através da lente da Pop Art, direciona a nossa atenção para alguns dos problemas que ocuparam a geração da década de 1960, com os quais continuamos a nos preocupar até hoje. Evitando uma ordenação cronológica ou geográfica, queremos destacar as inúmeras conversas que emergem entre as obras produzidas internacionalmente ao longo de um período de cinquenta anos.

Terre Haute (Terras altas) – que também dá nome à exposição – é uma cidade no vale Wabash no estado de Indiana, E.U.A. Originalmente uma aldeia indígena chamada Weautuno, foi renomeada pelos exploradores franceses no começo do século XVIII, ápice da era das colonizações. Robert Indiana, figura no panteão dos principais artistas da Pop Art americana, usou esse nome em diversos trabalhos, fazendo interpretações da área atravessada pela estrada de ferro Wabash. Esses trabalhos “sobre geografia”, nas próprias palavras de Indiana, chamam a atenção crítica para os nomes traduzidos da cidade e do vale Wabash, que é a grafia em inglês da palavra que os índios Miami usam para designar ‘rio’.

Essa breve história sobre o nome Terre Haute captura muitas das questões que a Pop Art levanta, enquanto entendida como uma categoria artística internacional, abordadas nas obras expostas: nomeação, tradução, imperialismo e exploração. O Pop surgiu internacionalmente ao final dos anos 1950 e começo dos anos 1960 em resposta a uma mudança no ritmo do dia a dia, à proliferação da cultura comercial e ao movimento de liberação sexual. Desafiando a separação entre ‘alta arte’, elitista por definição, e ‘arte popular’, caracterizada pela acessibilidade e seu uso de lugares comuns.